No trimestre passado tive as aulas de comportamento do
consumidor na faculdade. Foi uma das melhores aulas, mais divertidas e com um
dos melhores professores (@Paulo_Martins). As aulas eram sobre nós, os consumidores, sobre como funciona o processo de compra, o que nos leva às lojas e sobre como registramos as informações do marketing. O engraçado foi ver toda a sala (inclusive ME haha) se identificando com os cases sobre consumismo. Comecei a observar as pessoas na rua, no mercado, no shopping de uma forma muito interessante nunca antes observada: agora elas eram consumidoras.
Eu sempre achei que filmes relacionados às matérias estudadas ajudavam muito a entender melhor o assuntos, foi assim nas aulas de história no ensino médio quando assisti 300 de Sparta e nas aulas de geografia com Hotel Ruanda, e na aula de comportamento do consumidor o filme perfeito foi...OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BECKY BLOOM!!!! Um dos meus filmes favoritos, e tudo bem que eu já tinha assistido umas doze ou treze vezes, mas não me importei nadinha de ter que assistir de novo para fazer um trabalho sobre ele.
O filme
Nova York. Becky Bloom é uma garota que adora fazer compras, mora com sua amiga Suze, e seu maior sonho é trabalhar na revista Alette, uma revista de moda
Ela
consegue uma entrevista na revista, mas chegando lá descobre que a vaga já foi
preenchida internamente. Por ironia do destino Becky consegue emprego na
Economias de Sucesso, uma revista financeira publicada pela mesma editora,
trabalho que aceita acreditando ser uma chance de estar mais próxima da Alette.
Rebecca se torna colunista especializada em
finanças, escrevendo de forma simples os complexos assuntos e conceitos de
economia, dizendo a verdade de forma que todo tipo de pessoa consiga entender.
Secretamente, o talento para escrever sobre os riscos do cartão e outras coisas
do gênero vem das próprias experiências e finanças pessoais. Becky é o mais
novo guru financeiro e passa assinar suas matérias pelo nome “A garota da
echarpe verde”, que atinge proporções globais. Por outro lado, ela não tem a
mínima ideia de como administrar seu próprio dinheiro, deve ao banco, deve à
sua amiga, vive fugindo do gerente, e mesmo assim não para de comprar.
Em
meio a tumultos e maus entendidos, Rebecca começa a se entender melhor, procura
um grupo de compradores compulsivos, no qual pessoas se reúnem para ajudarem
uma às outras a livrar-se da tentação que a chama a cada vitrine, cria
confusões diversas para evitar o gerente do banco, inventa as mais mirabolantes
desculpas envolvendo a Finlândia (porque ninguém vai investigar lá) e tenta
impressionar ao mesmo tempo Alette Taylor, da revista de moda e o sensual Luke
Brandon, seu chefe da Economias de sucesso, por quem ainda tem tempo de se
apaixonar.
O que eu aprendi com Becky?
Bom, mesmo tendo assistido o filme várias vezes, fazer uma relação entre ele e a matéria foi interessante. Percebi coisas que não tinha percebido antes, cinco delas são:
1) Rebecca sou eu: isso mesmo, Rebecca sou eu e todas as pessoas que sairam para comprar uma coisinha e voltaram com uma sacola cheia.
2) É muito fácil se endividar: as facilidades do crédito não são tão contos de fadas assim, muitas vezes representam ilusões. É tudo muito fácil e rápido: utilizar, comprar, guardar, e claro, gastar além da conta, se enrolar e se
endividar.
3) Compras tem fundo emocional: É verdade. Nesse mundo nós compramos por tudo, menos para atingir o objetivo principal da coisa que é satisfazer as necessidades básicas. Compramos porque estamos tristes, felizes, para impressionar alguém, para deixar alguém com inveja, etc, etc, etc
4) Sale: Liquidação é bom, desde que você saiba o que compra. Comprar o que nunca vai usar porque estava com preço bom não é uma boa estratégia.
5) Faça o que eu digo, não faça o que faço: ensinar as pessoas a lidar com suas dívidas era fácil para Becky, mas seguir os próprios conselho nunca foi uma opção. Não é preciso força de vontade para entrar em um dívida, mas para sair sim, e muita. Muita força de vontade para primeiro quitar uma dívida e depois fazer outra, para economizar quando precisa e para planejar as finanças. Não deixe que tudo saia do controle para depois assumí-lo.
O filme é baseado em uma série de livros tão divertidos quanto o filme, da autora Sophie Kinsella dona de um humor leve e apaixonante.